Feira de Santana vive um cenário de crescente insegurança. Enquanto moradores denunciam o domínio de facções criminosas em diversos bairros, com crimes, tiroteios e assassinatos sucessivos, o município registrou 18 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) no mês de outubro, segundo dados divulgados pela Delegacia de Homicídios (DHPP).
Os números refletem uma realidade preocupante. A violência segue em alta não apenas em Feira de Santana, mas em todo o estado da Bahia. Em 2023, foram contabilizadas 5.579 mortes violentas, enquanto em 2024 o número subiu para 6.036, um aumento expressivo que evidencia a expansão das facções e o enfraquecimento das políticas de segurança pública.
Facções e medo nos bairros
De acordo com relatos de moradores, bairros inteiros estão sob o domínio de grupos criminosos, que impõem regras, proíbem a circulação em determinados horários e travam disputas pelo controle do tráfico de drogas. A população vive em clima de medo e silêncio, evitando até registrar queixas por receio de retaliações.
As denúncias vêm sendo reforçadas em programas populares de televisão, como o “Alô Juca”, exibido pela TV Aratu, líder de audiência na Bahia e no Nordeste. No programa, telespectadores relataram a presença ostensiva de criminosos armados e a sensação de abandono por parte das autoridades.
Efetivo deslocado para blitz e protestos da população
Enquanto isso, parte considerável do efetivo da Polícia Militar em Feira de Santana tem sido deslocada para a realização de blitze de IPVA, PVA e operações de bafômetro, ações voltadas principalmente à fiscalização de condutores, motociclistas e motoristas.
A medida tem gerado fortes críticas da população, que cobra uma presença policial mais efetiva nos bairros afetados pela violência. Muitos afirmam que o foco excessivo em operações de trânsito contrasta com a falta de patrulhamento e combate direto ao crime.